ORIENTAÇÃO SEXUAL.

                      



                         

Por Mariana Araguaia,Bióloga, especialista em Educação Ambiental .Equipe Brasil Escola.

A sexualidade humana é um tema que gera polêmicas e muitas controvérsias, uma vez que envolve questões afetivas, papéis esperados e desempenhados em uma sociedade, e também comportamentos. De forma geral, ela envolve quatro aspectos.

O primeiro é o gênero, que corresponde ao sexo da pessoa. Assim, temos o sexo feminino e o masculino. Temos também aqueles que nascem com características sexuais tanto de um sexo quanto de outro: os hermafroditas. Quanto a estes, seu gênero costuma ser considerado de acordo com as características físicas predominantes – femininas ou masculinas. No entanto, em alguns países, são adotados como um terceiro sexo.

O segundo aspecto da sexualidade humana é a orientação sexual. Ela diz respeito à atração que se sente por outros indivíduos. Ela geralmente também envolve questões sentimentais, e não somente sexuais. Assim, se a pessoa gosta de indivíduos do sexo oposto, falamos que ela é heterossexual (ou heteroafetiva). Se a atração é por aqueles do mesmo sexo, sua orientação é homossexual (ou homoafetiva). Há também aqueles que se interessam por ambos: os bissexuais (ou biafetivos). Pessoas do gênero masculino com orientação homossexual geralmente são chamados de gays; e as do gênero feminino, lésbicas.
Alguns consideram, ainda, os assexuais, que seriam aqueles indivíduos que não sentem atração sexual; e os pansexuais: pessoas cuja identificação com o outro independe de seu gênero, orientação, papel e identidade sexual (estes dois últimos serão explicados mais adiante). Há outras fontes que adotam que a pansexualidade pode também abranger o interesse sexual por outros animais, ou até mesmo outros seres vivos e objetos.
É mais adequado dizer homoafetividade do que homossexualidade; assim como heteroafetividade, em substituição ao termo heterossexualidade, e assim por diante. Isso porque o sufixo “-sexual” tende a compreender que essas relações se reduzem unicamente a tal aspecto (o sexual), o que não pode ser utilizado como regra.
Quanto ao termo “homossexualismo”, cada vez mais em desuso, ele é incorreto, uma vez que o sufixo “ismo” sugere que essa orientação sexual é uma doença, o que não pode ser considerado verdade sem que existam provas concretas disso.

Quanto ao terceiro aspecto, o papel sexual, ele está relacionado ao comportamento de gênero que a pessoa desempenha na sociedade. Assim, envolve muitos clichês, como por exemplo:
 
1- Uma mulher “feminina”: ou seja, que se comporta de forma condizente com o que a sociedade geralmente espera dela, nesse sentido – se maquia, é delicada, enfim...;

2- Uma mulher que não é vaidosa e gosta de esportes violentos, é “masculinizada”;

3- Um homem delicado, sensível, “afeminado”;

4- Um homem rude, viril, é “masculino”, “másculo”;
 
O papel sexual não necessariamente se apresenta relacionado à orientação sexual, tal como a priori possa parecer. Assim, nesses quatro exemplos, todos eles podem ser heterossexuais. Ou, por exemplo, o “homem másculo” pode ter atração por outros homens (orientação homo, bi ou pansexual), embora seu papel sexual mostre o contrário.

Finalmente, temos o quarto aspecto: a identidade sexual, que seria a forma como o indivíduo se percebe em relação ao gênero que possui.

Quando a pessoa de determinado gênero se sente mais como se fosse de outro, independentemente de sua orientação sexual (às vezes até mesmo de seu papel sexual), falamos que ela é transexual. Pontualmente falando, transexual seria aquele cuja identidade sexual não é a mesma que seu sexo biológico; sendo normalmente aquele que recorre a cirurgias de mudança de sexo. Logo, transexuais costumam sentir atração por pessoas do mesmo gênero que o seu (ex.: pessoa de gênero masculino, identidade sexual feminina, e que se sente atraída por indivíduos de gênero masculino), mas vale frisar novamente que, quando o assunto é sexualidade humana, não existem regras muito categóricas.

Transexuais e travestis não são a mesma coisa! Estes últimos são aqueles cuja identidade sexual é mista, se sentem tanto homens quanto mulheres. Assim, costumam vestir-se e se comportar como se fossem do gênero oposto (papel sexual), “equilibrando sua 'dupla identidade'”.
 

4 comentários:

  1. Ola Paulo, Com tantos termos e classificações para a nossa dita sexualidade eu diria que, nascer folha era bem mais simples. Risos...
    Então quer dizer que, ninguém é totalmente feminino ou totalmente masculino na jornada toda.
    Ora vamos ver, falando sério aqui. Na intimidade somos e exercitamos aquilo que nossa capacidade, em nossas fantasias alcança, seja isso gênero individual ou partilhado .
    Mas realmente, até que alguém descubra a que gênero pertencemos, já estamos longe ...
    Por isso é importante a sua frase "Quando o assunto ´sexualidade humana, não existem regra, muito categóricas".
    Bom texto Paulo,
    abraços da Gue!

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  2. GUE,

    com a pertinência habitual você coloca nos devidos trilhos este trem que por vezes ameça descarrilar,bambeia, verga mas não quebra e assim, de reflexões em reflexões , vamos tentando entender a complexidade humana da sexualidade.

    Há muitos séculos este tema está em pauta, e por muitos continuará, afinal esta é a essência da perpetuação da espécie!

    O que não é coisa pouca, concorda?

    Um abração carioca.

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  3. Olá, Paulo.
    Vou, com os textos do seu fórum, aprendendo e refletindo sobre o assunto. Lembrei-me, com esta postagem, do psicanalista Carl Gustav Jung que com seus estudos descobriu o chamado inconsciente coletivo que o ser humano herdou dos seus ancestrais, que vai passando de geração em geração, e ao qual ele denominou de arquétipos, ou seja, imagens universais: a persona (ou máscara), o animus, a anima , a sombra e o Eu, que são importantes na personalidade humana, A anima é o lado feminino na psique do homem e o animus é o lado masculino na psique feminina. O homem que existe em cada mulher e a mulher que existe em cada homem foram se desenvolvendo com a contínua relação entre homem e mulher. A sombra, segundo Jung, influi nas relações de pessoas do próprio sexo. É nela que estão os ímpulsos animais do ser humano que devem ser domesticados, porque ela pode ser perigosa quando uma pessoa projeta nos outros os impulsos da sua sombra rejeitada, então, geralmente aparecendo sentimentos negativos e diminuindo a personalidade. O Eu é considerado por Jung como o organizador da personalidade humana, porque unifica e harmoniza os arquétipos. Do ponto de vista dele, a meta da personalidade é chegar à autorrealização e ao conhecimento do seu próprio Eu, ou seja o autoconhecimento.
    Tomara que todos possam realizar isso. Abraços. Leise

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