HOJE A OFENSA VIROU ADORNO!

                                 

                                                                                           



Quando eu começo a perder o norte,é sinal que o sul, o leste e o oeste estão igualmente embotados.
Sou homem de poucas habilidades de entendimento relacional, meio tosco, carrancudo e sincero demais para absorver tantos novos e nobres fluidos destes discutíveis modismos que já vão se consagrando nesta modernidade.
Carcamano assumido, pouco letrado, sem sequer saber falar outra língua a não ser a pátria e muito mal, tenho procurado viver no meu canto, quadrado exíguo e enfurnando-me neste meu mundinho que não permite alçar vôos muito altos, pois meu combustível é sempre escasso, limitado e mínimo.
Sei muito poucas coisas na vida e atualmente, tão poucas que qualquer primata logo se afastaria de mim!
Não aprendi a fazer as trocas que hoje se fazem,  isso por aquilo, aquilo por aquilo outro, e debito isso indubitavelmente ao fato de nunca ter morrido de amores pelo capitalismo das compras desmedidas e do toma-la-da-cá,meio cretino, sem alma , amor e apenas com muitos interesses em jogo.
Sou uma espécie em extinção, apenas naufrago daquele Titanic antigo e perdido em meio a tantos outras vitimas de um rasgo provocado por um iceberg inoportuno no casco deste tecido social hodierno e que já se rompe em infortúnios, e creiam porque que não estava previsto a sua presença, ali e naquele caminho.
É por esta razão que vivo olhando sempre para o lado com certa impressão de que sou apenas um remanescente ultrapassado e nunca um novo empreendedor, um herói destemido um profundo conhecedor capaz de saber fazer um futuro melhor.
Não saberei!
Aplaudo iniciativas pioneiras, mas particularmente estou encharcado de desconfianças e de culpas, não obrigatoriamente nesta ordem, mas desgraçadamente neste meu contexto existencial.
Tornei-me filho espúrio, bastardo e ilegítimo destas novas verdades emergentes, numa sociedade na qual o errado é que está certo e neste caso, a ofensa é adorno.
Tempos modernos, nos quais a libertinagem é confundida com liberdade e travestidas por um conceito inventado para justificar o errado e que se chama:Politicamente correto!
Então, peço para ser cremado entre os meus iguais, gente antiga e conservadora que ainda manda flores e abre a porta do carro para quem ama.
Juro!