O PATO E A FORMIGA



                                                      (Contribuição de uma leitora revoltada,anônima!)
Pato!
Finalmente, descobri a origem do homem.
Não estou me referindo a raça humana, falo do gênero masculino.
Alguém já reparou que o homem espirra água pra todo lado?
No banheiro, por exemplo. 
Quando escovam os dentes, o espelho recebe as rebarbas de água com pasta de dente.
Ao fazerem a barba, o entorno da cuba fica ensopado de creme de barbear, pelos e, claro, água.
O chão, também, recebe seu quinhão quando lavam o rosto ou as mãos.
Chuveiro é pouco pra reter a água do banho, sobra sempre para o lado de fora, de preferência, fora do tapete.
Até o vaso sanitário parece pequeno pra eles, pinguinhos esguicham para fora do limite e gotejam direto para o chão.
Tem coisa pior na vida do que entrar no banheiro após ter sido usado por um homem?
Às vezes, tentam nos ajudar com a louça que se avoluma na pia. Começam lavando a louça e terminam escorregando nas poças que se formam no chão da cozinha. 
A pobre da pia vira uma lagoa prestes a transbordar.
Parece que não têm percepção do rastro que deixam, que são cobertos de penas impermeáveis, é só se sacudirem que ficam secos e o que estiver em volta encharcado.
Quem não tem um espécime em casa? Seja pai, marido, namorado, colega, algum deles já passou em nossas vidas.
Não há coisa mais irritante do que ter que secar as enchentes sempre que se aproximam de qualquer coisa líquida. É como enxugar gelo. Você vira as costas e, pimba, lá vamos nós, de novo, limpar a lagoa que o patinho deixou.
Depois de extensa pesquisa, exaustiva análise, estudos avançados, cheguei a conclusão que o gênero masculino é desprovido de sensibilidade à água.
Eles até tocam nela, mas ela bate neles e é repelida como se batessem em vidro, escorre ou se espalha sem que o dito cujo perceba a tsunami que provoca.
Uma amiga diz que é porque o homem tem quem limpe sua sujeira, que é cultural. A mulher se dispõe, desde priscas eras, a cuidar da casa e do seu animalzinho de estimação.
Vem cá, se eu tivesse um animal pra cuidar, com certeza seria um de quatro patas, não uma ave de duas.
Reparem bem, o pato sempre se sacode e espalha a água ao seu redor, já que suas penas não as retém.
O pior é que não há jeito de treinar o patinho, seu cérebro não registra "não espalhar água". É tarefa impossível!
Quando leio que água é um bem finito, que há que se economizar, que vai faltar, que o desperdício vai acabar com ela, tento fazer minha parte. Mas de que adianta tanta preocupação se, ao entrar no banheiro, vejo exatamente o contrário. Se quando olho prá pia e para o chão vejo litros dela se espalhando, à toa.
Tenho pesadelos, sonho que vou acordar e estarei boiando na piscina que se tornou minha casa.
E acordo gritando: "olha a água!".
Comecei a desenvolver a "síndrome de final de semana". É quando o trabalho triplica, porque eles vão ficar mais tempo em casa, consequentemente, mais água pra secar.
Sexta feira já começo a rezar pra que aquilo termine logo.
E se reclamo, ainda sou implicante. Mas se não limpo sou relaxada.
Trabalho só aparece quando não é feito. Se você mantém tudo limpo e organizado, não tem do que reclamar. Só que as coisas não se fazem, são feitas.
A roupa não se limpa sozinha, alguém as lava. As camas não são feitas quando você pisca os olhos e o pó não desaparece quando mexe o narizinho.
Casa é trabalho eterno e desgastante porque, além de não ser valorizado, não aparece quando é feito.
E essas avezinhas, tão bonitinhas, são as maiores causadoras do stress.
Na outra encarnação quero ser "pato".
Cansei de ser formiga.

EU APRENDIZ : A LIÇÃO DELA!



Apague a luz. Deite ao meu lado.
Hoje eu vou guiar teu desejo. Você vai procurar o meu.
O único sentido que não vamos usar é a visão.
Vamos ser cegos por algumas horas, buscar os outros quatro sentidos que achamos que usamos entre nós.
Comece lendo meu corpo nas pontas de seus dedos. Desvende meus poros, sinta meus pelos, percorra meus braços, meu ventre, meu rosto. Sinta em minhas costas o caminho que vai do pescoço até o cóccix. Sabia que tenho covinhas em minhas ancas? Tente gravar o que seu tato lê.
Segure minha mão, meus seios, apalpe meu quadril, aperte meus braços, minhas pernas, sinta.
Agora, apure o olfato, como um animal, me cheire. Cheire meu pescoço, minhas reentrâncias, cheire o ar que se desprende de mim, perceba o aroma que só eu tenho.
Eu sei o seu. Você cheira a mato, a folha que recém caiu, cheira a terra depois da chuva.
Qual é o meu? Descubra.
Ouça. Me ouça. Qual a frequência dos meus suspiros, meus gemidos, quantos decibéis têm meus gritos?
Entro no seu prazer pelo som? Você entra no meu pelo riso alto, pelo som gutural. Você cerra os dentes e deixa passar o ar entre eles, como um assovio.
Prove meu gosto, desenhe com a língua seu nome em minha pele, escolha o lugar. Sinta o sal que tenho no suor e o sabor adocicado de minha seiva. Conheço teu gosto agridoce quando o prazer explode. Detenha-se, conheça, explore.
Faço com você o que nunca fiz, permito que me conheça.
Quando apagamos a visão, entendemos o que o outro quer. Essa é a grande vantagem dos cegos, enxergar além do que os olhos vêem. Porque ver e enxergar são duas coisas distintas.
Ver é captar a imagem, enxergar é entender o que vê. Na ponta dos dedos se enxerga melhor.
Ouvir, também, é diferente de escutar. Escutar fica na superfície, ouvir é mais profundo. Escuto qualquer coisa, ouço o que me interessa.
Comer não é degustar. Como prá sobreviver, degusto o que me dá prazer. Prove meu sabor.
Propus essa expedição porque  quero que você conquiste seus sentidos, anule a razão e se perca na intensidade do desejo, não só físico.
Não facilite a entrega, não apresse o gozo, não menospreze o prazer. Prolongue o desejo.
Caminhe na ponta dos dedos, libere o tato.
Defina o perfume que exalamos, juntos, use a memória olfativa.
Tenho lembrança de outros perfumes, gravei o teu.
Onde estiver, com ou sem você, vou lembrar do teu cheiro.
E o gosto? Posso provar milhões de sabores, o teu será único.
Quero que você me descubra e me faça especial.
Você vai se lembrar de mim, vai sentir que não me visitou, viveu em mim.
Vai me associar a cheiros que virão de fora, maresia, terra molhada, alguma fruta, qualquer flor.
Vai me ouvir no som do rio correndo, da onda batendo, do vento uivando ou do que me represente em sua memória.
E sua lingua vai guardar o gosto que só eu tenho e só você sabe qual é.
E quando sua sensibilidade estiver apurada, talvez eu te mostre um caminho que só as mulheres conhecem, a intuição.
Mas o sexto sentido só vai aflorar quando todos os outros puderem ser usados sem treino, espontâneamente.
Porisso, vamos às aulas, comecemos do início.
Tente ser um aluno aplicado, o que estou ensinando não é só prá mim, é prá depois de mim, também.
No escuro, você vai entender o que significa estar com quem se quer.
Vem, me dê sua mão. Apague a luz.

O VIOLONCELO

COMUNICADO AOS AMIGOS SEGUIDORES:
SEXO É UM PRODUTO DE CONSUMO,ESGOTOU-SE.
EM SEU LUGAR,FRAGMENTOS DO ACASO.
NARRATIVAS .
ESPERO QUE GOSTEM!



Admiro quem toca um instrumento, qualquer um.
Mais que admiração, tenho inveja. Assumo.
Adoraria ter aprendido música. 
Aprendi canto orfeônico e achei um saco, até porque não tenho voz nem volume prá cantar.
Minha voz está mais prá sussurrar do que prá trinar. De passarinho não tenho nada, sequer a afinação. Ficava lá, abrindo e fechando a boca, enganando as notas.
Aprendi um pouco de piano quando não devia, não tinha maturidade e nem foi minha escolha.
Hoje, percebo a oportunidade perdida. Acontece.
Tinha aulas em casa e, como não era o que queria, seduzia professora com todo tipo de elogios.
Elogiava suas mãos, pedia que ela tocasse prá mim, fazia cara de enlevo e ela se entusiasmava.
Eu tinha nove anos e já brincava de ator.
A professora, que devia ser uma pianista frustrada, tinha em mim a platéia que ela precisava e, sem saber, me apresentando aos clássicos, me fez gostar de Chopin, Mozart, Rachmaninoff, Tchaikowski, meu favorito. Despertou em mim outras possibilidades, outra sonoridade, me mostrou o adágio, o allegro e outras variações. 
Meus pais jogaram dinheiro fora, eu não saia das escalas, em compensação meu gosto musical ficou mais exigente, mais sofisticado, mais apurado.
Mas, ainda assim, não aprendi a ler música ou tocar o instrumento que queria: cello.
Meus queridos pais preferiram entulhar a sala com um piano a me dar um violoncelo.
Eles diziam que cello não era instrumento para crianças, que era pesado prá carregar e exigia força.
Pergunto: piano se carrega nas costas? É leve? Achamos piano em qualquer lugar? Preconceito!
E qual instrumento é mais sensual do que o cello?
É um instrumento que exige que você o abrace, que seu corpo encoste nele, que seus dedos o façam vibrar, que cobram  energia e, às vezes, suavidade. Seu som é grave, meio abafado, forte, potente. As pernas entreabertas envolvem, seguram e sentem a música reverberar pelo corpo. O rosto se encosta na madeira como que oferecendo o ouvido ao segredo. 
Quando tocado com arco, há que se ter delicadeza, cuidado prá não romper os fios do arco ou as cordas do cello.
O cello é a analogia perfeita do amar o outro, cuidar do outro, extrair do outro, com cuidado, seu melhor som. É o calor do aconchego, o prazer do toque, a repercussão do grave que vibra e quebra geleiras provocando avalanche.
É um instrumento para poucos, escolhidos por ele. Tenho prá mim que ele é sábio, se mistura a orquestra prá não chamar atenção sobre o seu poder de sedução, cello é um perigo!
Perigo prá quem ousar se aproximar, perigo prá quem tentar entrelaçar suas pernas nele e pretender domá-lo. 
Cello é prá pessoas que têm coragem de encarar a estiva que ele exige, de dedicar horas à perfeição, de se perder no abraço que ele cobra.
O corpo dói ao carregá-lo, cansa com o esforço que se faz prá tirar dele o prazer escondido nas cordas, sua de exaustão ao término da sinfonia.
Melhor parar por aqui, não sei mais se estou falando de violoncelo ou se já fui parar em outra dimensão.
Percebi, nesse instante, que o que eu queria era ser abraçado, ouvido, tocado, cuidado por alguém que conseguisse criar música em mim.
Cello, céu, eu violoncelo!
Rendo-me às evidências: o que eu queria, mesmo, era ser um violoncelo!

PREVENINDO: DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.


SEJA QUAL FOR A OPÇÃO SEXUAL,O IMPORTANTE É PREVENIR

Quando se fala em prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), existem duas estratégias principais: a primária e a secundária. A primeira diz respeito à prevenção do contágio pelas DSTs, o que basicamente se faz pelo uso correto da camisinha masculina ou feminina em todo contato sexual. A segunda tática da prevenção se refere às pessoas já contaminadas, que precisam ser diagnosticadas e receber orientação correta, evitando a complicação da doença e a transmissão para seus parceiros. Esse cuidado é muito importante, pois uma vez diagnosticada uma enfermidade, ela precisa ser tratada, de modo a minimizar seus efeitos.
Em uma pesquisa do Ministério da Saúde de 2004, apenas metade das pessoas entrevistadas disseram que usaram o preservativo na primeira relação sexual, embora seja alto o nível de informação da população jovem a respeito da camisinha. Muitas vezes, acreditamos que o preservativo não é necessário em um relacionamento sério, por haver confiança entre o casal.  Ou então existe a ideia de que a camisinha pode ser desconfortável, “quebrar o clima” e impedir o prazer. Entretanto, não usar preservativo significa adotar voluntariamente um comportamento de risco com relação às DST. Qualquer pessoa que pratique ou tenha praticado sexo inseguro está vulnerável, independente do número de parceiros. Muitas doenças não apresentam sintomas visíveis, de modo que é importante realizar exames regularmente e se prevenir.
O método mais seguro para prevenir contra DSTs, é o uso correto do preservativo. A camisinha masculina deve ser desenrolada totalmente sobre o pênis ereto, apertando-se levemente a ponta entre os dedos para que não acumule ar. Já a feminina é introduzida até oito horas antes da relação. Use apenas uma por vez, e desde o início do contato sexual. Leve sempre preservativos com você, armazenando longe do calor.
Os postos de saúde distribuem preservativos gratuitamente, e no mercado é possível encontrar uma variedade enorme de modelos, materiais, tamanhos, texturas, espessuras e até cheiros e cores. Usar camisinha é uma demonstração de cuidado com o próprio corpo, e também com o corpo do outro. Não coloque a sua saúde e a do seu parceiro em risco.
Fonte:
Ministério da Saúde. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis DST. Série Manuais, nº68. Brasília, 4ª edição. 2006. Disponível em: < bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_controle_das_dst.pdf‎